Mesa 1 – Política Cultural para a Diversidade Cultural

08/07/2011 § Deixe um comentário

Américo Córdula, Evelina Dagnino, José Márcio Barros e Chaler Vallerand. Foto de Alex Oliveira

Participaram da primeira mesa redonda do Seminário, cujo tema foi “Política Cultural para a Diversidade Cultural”, Evelina Dagnino (UNICAMP), Charles Vallerand (Federação Internacional de Coalizões para a Diversidade Cultural – Canadá) e Américo Córdula (MINC), substituindo Sérgio Mamberti que não pode comparecer ao Seminário. Depois foi aberto para que o público fizesse perguntas e debatesse os temas.
Evelina Dagnino iniciou a mesa falando dos regimes políticos, dando ênfase ao regime participativo. A Participação pode se apresentar de 3 formas: 1) a sociedade civil partilha o poder, 2) o Estado ouve a sociedade, quer saber a opinião e 3) cria-se um ritual falso de participação no qual se ouve, discute, mas na hora da decisão a população é excluida; um ritual de falsa participação.
Conceituou a “cidadania” também como palavra muito difundida e que emergiu pelas mãos dos movimentos sociais que lutavam em nomes de seus direitos. Essa relação íntima dos movimentos sociais e a cidadania pode vim do autoritarismo social (aquele que torna possível o autoritarismo político), no qual há um ordenamento autoritário das relações sociais, com hierararquias baseadas em critérios de raça, sexo, dinheiro… “Essa matriz dominante é que recusa a sociedade de ter direito a ter direitos”, afirmou Evelina Dagnino, salientando que os movimentos sociais redefiniram o conceito de cidadania que seria est e enfrentamento da ideia de “não ser ter direito a ter direitos”.
Por fim, Dagnino lembrou da ausência do reconhecimento das relações de poder na Convenção da Unesco (2005) e contrapôs a ideia colocada por Jesus de Prieto de diferenciar a “diferença” e a “diversidade”. Ela afirmou queas palavras devem estar intrincadas com as relações de poder e colocou também como risco os Direitos Culturais, como uma particularização que não deveria ser feita por acreditar que “todos os direitos são culturais”.
Seguindo a ordem da mesa, falou Charles Vallerand sobre as políticas culturais para a diversidade aplicadas ao Canadá. E lembrou da grande diversidade étnica que existe por lá e que as políticas têm sido eficazes conseguindo promover muitos artistas locais para o mundo. Os slides de sua palestras podem ser conferidos abaixo:
Em seguida, falou o Américo Córdula (MINC), dos preambulos da criação do Plano Nacional de Cultura, e colocou alguns dados da cultura brasileira. Somos atualmente 198 milhões de habitantes, temos 212 milhões de celulares, 75 milhões de pessoas com acesso a internet, 1 milhão de indígenas com 180 línguas diferentes, 50% de afrodescendentes, 3500 quilombos , 600 mil ciganos…Os slides utilizados por ele podem ser visualizados abaixo:

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